Vendas no varejo baiano retraem 25,6 por cento em abril
As vendas no comércio varejista baiano registraram em abril de 2020 recuo de 25,6%, maior queda de toda a série histórica, na comparação com igual mês do ano anterior. A retração no volume de negócios no país foi de 16,8%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, o comércio varejista no estado baiano registrou queda de 17,4%. No quadrimestre a taxa do volume de negócios foi negativa em 8,3%. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – realizada em âmbito nacional – e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
O resultado registrado para o varejo baiano nesse mês releva que o setor foi atingido pelas perspectivas menos favoráveis dos consumidores quanto à atividade econômica. As medidas de isolamento social para conter a disseminação do Coronavírus como fechamento do comércio tanto nas ruas como em centros comerciais e shopping centers, já no segundo mês de implantação, comprometeram as vendas do setor realizadas durante a Páscoa, data em que normalmente as vendas costumam ser aquecidas.
Por atividade, em abril de 2020, os dados do comércio varejista do estado baiano, quando comparados aos de abril de 2019, revelam que apenas um dos oito segmentos que compõem o indicador do volume de vendas registraram comportamento positivo. Assim, o desempenho positivo nesse mês ficou por conta do segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%). Nos demais segmentos, as variações foram negativas. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente destacaram-se: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-11,4%), Combustíveis e lubrificantes (-30,4%), Móveis e eletrodomésticos (-42,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-62,0%), Tecidos, vestuário e calçados (-64,9%), Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-69,1%), e Livros, jornais, revistas e papelaria (-81,4%). No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registrou variação positiva as vendas de Hipermercados e supermercados com a taxa de 1,7%. Nas demais, as taxas foram negativas em 42,2% e 43,5%, respectivamente, para Móveis, e Eletrodomésticos.
A influência positiva em abril veio do segmento Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O comportamento nas vendas desse segmento é justificado pelo reflexo das medidas de isolamento social recomendada pelos órgãos competentes da saúde: Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde do Brasil (MS) e Secretaria da Saúde, nos âmbitos estaduais e municipais, dada a confirmação de pandemia no mundo. Embora para os demais segmentos que compõem o setor, essas medidas tenham produzido arrefecimento nas vendas, no segmento de gêneros alimentícios houve dinamização na atividade, pois muitos consumidores baianos receosos de que faltasse alimentos, intensificaram as suas compras nos estabelecimentos de Hipermercados e supermercados.
Por outro lado, as maiores influências negativas para o setor vieram dos segmentos de Tecidos, vestuário e calçados, Combustíveis e lubrificantes, e Móveis e eletrodomésticos. Os impactos do isolamento social em razão do Covid – 19 comprometeram o ritmo das vendas nessas atividades.
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção apresentou retração nas vendas em 33,3%, em relação à igual mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi negativa em 1,5%.
O segmento Veículos, motos, partes e peças teve queda de 57,0% nas vendas em abril de 2020, em relação à igual mês do ano anterior. Atividade fortemente influenciada pelo crédito teve suas vendas comprometidas dado ao “oceano” de incertezas quanto ao comportamento da atividade econômica no país provocada Covid – 19. Esse cenário levou as instituições financeiras a restringirem a liberação de crédito, dada a iminente elevação da taxa de inadimplência nos próximos meses. Para a análise dos últimos 12 meses a taxa foi negativa em 4,0%.
Em relação a Material de construção, as vendas no mês de abril foram negativas em 23,6%, na comparação com o mesmo mês de 2019. Esse desempenho resultou para o acumulado dos últimos 12 meses recuo de 0,2%.